O constante diálogo com as tradições é uma das marcas da cultura japonesa. A produção cinematográfica do subgênero J-horror, por exemplo, estão povoadas de referências a religiões como o xintoísmo e o budismo, além de características de antigas peças teatrais. Filmes contemporâneos como Ringu (1998), de Hideo Nakata, reproduzem elementos de espetáculos do século 14, quando eram recorrentes temáticas de fantasmas (shura-mono) e vingança (shunen), e do século 17, com suas narrativas sobrenaturais (kaidan). Parte desse vínculo com o passado se perdeu quando o longa-metragem oriental foi refilmado pela indústria norte-americana, dando origem ao blockbuster O chamado (2002). A partir de então, foi inaugurada uma nova fórmula de Hollywood para abastecer o mercado de filmes de horror, cujos vilões ganharam cada vez mais a estética de mulheres asiáticas de cabelo comprido.